A cirurgia bariátrica é uma ferramenta muito importante que as equipes de saúde que atuam em obesidade possuem para reduzir peso de seus pacientes. Esta mesma cirurgia, de forma geral, pode também ser chamada de cirurgia metabólica quando objetivo principal for o controle da doença diabetes.
As indicações para cirurgia bariátrica se baseiam em critérios que devem obrigatoriamente seguidos. São preconizados em nosso país pelo Ministério da Saúde: idade mínima de 16 anos; IMC (índice de massa corporal) maior ou igual a 40; ou IMC 35 e comorbidades que se agravam com a obesidade e que sejam assim comprovadas por laudo médico, tais como: diabetes, gordura no fígado, pressão alta, apnéia do sono, doenças de coluna vertebral e articulações.
Quando houver diabetes descompensado, mesmo o IMC estando entre 30-34,9, pode-se considerar terapêutica com a cirurgia metabólica, visando controle das taxas de açúcar no sangue (glicemia).
Assim, essa conduta cirúrgica para obesidade ou diabetes só deve ser indicada quando existir real falência ao tratamento clínico, isto é, quando o paciente munido de medicações, dieta e atividade física não conseguiu atingir peso adequado para manter sua saúde, bem como controle de suas comorbidades. NÃO deve ser indicada quando estas medidas anteriormente não foram corretamente seguidas.
Mesmo sendo extremamente eficaz na terapêutica da obesidade e de suas comorbidades, a Cirurgia Bariátrica e Metabólica é tida como a ÚLTIMA alternativa para perda de peso e controle metabólico. Isso porquê é uma conduta invasiva, na qual cirurgião atua sobre estômago e, muitas vezes, também no intestino. Portanto, é uma cirurgia de médio porte, devendo ser feita com todas as precauções para redução de riscos, pois eles sempre existem.
Dessa forma, ndice de massa corporal, calculado dividino as reconizados em nosso pa. quando a Organização Mundial de Saúde orienta que apenas centros compostos de equipes multidisciplinares focadas na obesidade é que possam seguramente realizar este tipo de intervenção cirúrgica. Estas equipes possuem profissionais capacitados para atuarem no pré-operatório e também no pós-operatório.
Não basta simplesmente ser operado! Os riscos maiores estão relacionados ao não-correto acompanhamento pré-bariátrica (envolvendo seleção e orientação dos pacientes e familiares) bem como do segmento pós-bariátrica (acompanhamento psicológico, médico e nutricional). Seguir as recomendações no pós-operatório são de tamanha importância para que não se troque uma doença – obesidade – por outras doenças – desnutrição.
Vale ressaltar que a Bariátrica não é uma cirurgia que visa a estética, a qual é secundária neste processo. O cirurgião cria alterações literalmente mecânicas no trato digestivo do paciente, e estas, por sua vez, desencadeiam mudanças na digestão, absorção e metabolismo. Dependendo da idade, genética e, principalmente, qualidade de atividade física no pós-operatório, a estética será menos ou mais otimizada.
Costumo dizer aos meus pacientes que, ao irem ao o centro cirúrgico para esta intervenção, devem se imaginar entrando em uma oficina mecânica e não em um salão de beleza.
Vale lembrar que a cirurgia bariátrica e a metabólica não causam mudanças no DNA, ou seja, não alteram a genética de ninguém. Sendo assim, se maus hábitos forem perpetuados no pós-operatório, em poucos meses de cirurgia, em médica, ocorre processo de recuperação do peso pedido e, juntamente, de comorbidades como pressão alta, diabetes, gordura no fígado, dores nas articulações, dentre outras.
Bariátrica resgata vidas! Bariátrica transforma vidas! Bariátrica salva vidas! Por isso, é uma cirurgia que merece nosso respeito e reverências.
O grupo de profissionais do Obesidade está à disposição para sanar dúvida acerca deste tema. Futuramente, mais postagens relacionadas estarão disponíveis no nosso site.
Dr. Roger Bongestab – @DrRogerBongestab Nutrólogo e Cirurgião, Membro Adjunto da Soc. Bras. Cirurgia Bariátrica e Metabólica
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