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Foto do escritorDra. Andrea Pereira

Deficiência de Vitamina D, Cálcio e Zinco após a Cirurgia Bariátrica


Vitamina D e Cálcio

A vitamina D é um regulador do metabolismo do cálcio. Nos pacientes pós-cirúrgicos a sua deficiência pode chegar a 73%, estando mais relacionada à osteoporose, doença secundária da paratireóide e distúrbios do cálcio. A principal causa é a má-absorção devido à redução cirúrgica do trato gastrointestinal, porém a redução do consumo de alimentos ricos em cálcio e vitamina D por intolerância pode exacerbar o quadro e aumentar o risco de fraturas.


Como a perda de massa óssea e osteoporose não apresentam sintomas, devemos realizar exame de densitometria óssea rotineiramente para fazer o diagnóstico. Nesses casos, devemos acrescentar o paratormônio, cálcio total, fósforo, 25-OH vitamina D e níveis de cálcio na urina de 24h.


Alguns casos de depressão são associados a deficiência de vitamina D, mas a maioria dos pacientes não sentem nada de sintomas.


Indica-se reposição oral profilática de citrato de cálcio e vitamina D (colecalciferol ou ergocalciferol) para minimizar o problemas na paratireoide sem induzir perda urinária de cálcio, nos pacientes submetidos a esse tipo de cirurgia.


No caso de deficiência devemos também adequar o consumo de cálcio e vitamina D na dieta oral e dependendo do grau iniciarmos suplementação na forma de comprimidos.


A indicação de tomar sol para melhorar a absorção de vitamina D deve ser sempre associada ao uso de protetor solar para não aumentar o risco de câncer de pele. Lembrando que os idosos tem redução na capacidade de converter vitamina D, por isso muitas vezes não adianta aumentar a exposição solar nesse grupo de pacientes, desse modo fazemos a reposição oral de vitamina D convertida.


Destacamos que o consumo de alimentos com cálcio no Brasil tem diminuído devido o modismo da intolerância a lactose. Muitas pessoas que consumiam leite e derivados pararam por acharem que tem essa intolerância. Isso deve ser discutido e avaliado por um profissional adequado, evitando risco de osteoporose por redução de consumo de cálcio na dieta sem necessidade.


Zinco

O zinco é um oligoelemento que compõem mais de 300 metaloenzimas em componentes estruturais, hormônios, sistema imunológico e ácidos nucleicos, sendo que os obesos tendem a ter menores níveis séricos desse elemento.


A absorção das gorduras está associada à de zinco, e essa também está prejudicada após a cirurgia. A maioria dos pacientes que apresentam essa deficiência, que pode ocorrer em 50% deles, são assintomáticos, porém alguns sintomas podem estar presentes, sendo a queda de cabelo o mais frequente.


Nos casos de deficiência precoce podemos ter o quadro clínico de acne, redução ou falta de paladar, deficiência do sistema imune com aumento de quadros infecciosos, infertilidade e no caso de adolescentes, retardo de crescimento e da maturação sexual. Nos casos avançados os sintomas mais comuns são queda de cabelo, lesões de pele, diarreia, falta de apetite, cegueira noturna, infecções recorrentes e demora na cicatrização de lesões de pele.


O tratamento da deficiência de zinco, além da adequação da dieta, é o uso de comprimidos de zinco. Devemos ter cuidado porque a suplementação exagerada de zinco pode levar a deficiência de cobre (descrita em outro texto)


Não espere ter esses sintomas para procurar ajuda. Procure seu médico e faça exames anualmente após a cirurgia bariátrica. O acompanhamento é fundamental antes e depois da cirurgia para prevenir as deficiências nutricionais e o ganho de peso.


Artigo desenvolvido por: Dra. Andrea Pereira


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