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Rodrigo Santoro participa de evento para conscientização da obesidade

BEATRIZ FRANÇA - ESPECIAL PARA O ESTADÃO


O mês de março é marcado pelo Dia Mundial da Obesidade, que ocorre nesta sexta-feira, 4. Atualmente, no Brasil, existem cerca de 41 milhões de pessoas com obesidade, correspondendo a 26% da nossa população.

Pensando em alertar a população para os riscos provocados pela obesidade, o Instituto Obesidade Brasil realizará, no dia 12 de março, a segunda edição do projeto Obesidade em Pauta: Menos estigma, mais acolhimento. O evento, que ocorre totalmente online e gratuito, terá a abertura e encerramento realizados por Rodrigo Santoro.




De acordo com dados da World Obesity Federation, são 2,8 milhões de pessoas que morrem por ano no mundo todo em decorrência do excesso de peso e obesidade. Para Andrea Pereira, nutróloga e uma das coordenadoras da ONG Obesidade Brasil, esse número “não está relacionado à falta de vontade das pessoas” em querer emagrecer.

“Muitas pessoas leigas e profissionais de saúde não sabem que obesidade é uma doença crônica, e isso acaba impactando diretamente no tratamento inadequado ou na demora do encaminhamento para centros especializados”, fala.

O tratamento da obesidade envolve diversas frentes, como reeducação alimentar, prática regular de atividades física, medicação, acompanhamento psicológico e, se necessário, cirurgia bariátrica.

Carlos Schiavon, cirurgião bariátrico e coordenador da ONG Obesidade Brasil, explica quando o procedimento é indicado e diz que os pacientes já devem ter tentado emagrecer por meios não cirúrgicos.

“A cirurgia é indicada nos pacientes com Obesidade grau 2 quando é associada a comorbidades como diabetes, hipertensão, alterações de colesterol, apneia do sono, depressão e outras. E os pacientes com Obesidade grau 3, independentemente de ter ou não comorbidades. Antes de se submeterem à cirurgia bariátrica, é importante que eles já tenham tentado emagrecer por métodos não cirúrgicos”, explica.

Não é novidade que pessoas obesas sofrem muito preconceito da sociedade. Andrea Levy, psicóloga e coordenadora da ONG, fala que, para diminuir esse tipo de pensamento, seria necessário começar uma “mudança na mentalidade e nas atitudes das pessoas em relação à obesidade” e, para isso, devemos falar sobre a doença.

“É importante entender que ninguém escolheu ter obesidade ou nenhum outro tipo de patologia”, pontua. De acordo com a psicóloga, também é importante entender que a obesidade não é causada por fatores emocionais, na verdade, ela “precisa de predisposição genética e fisiológica para existir”.

Ela diz, no entanto, que “alguns gatilhos emocionais podem agravar a doença e tornar o tratamento mais longo e difícil. Por isso, é fundamental a avaliação multidisciplinar, incluindo o psicólogo e psiquiatra especializados no assunto. Organizar a saúde mental e tratar possíveis psicopatologias é importante no tratamento crônico da obesidade”, explica.

Sobre os fatores que levam à obesidade, Carlos Schiavon explica que essa é uma doença multifatorial e acaba tornando o tratamento muito desafiador. “O estilo de vida moderno com alimentação rica em comidas ultra processadas e hipercalóricas, sem horário para conseguir comer tranquilamente, alto nível de estresse, poucas horas de sono e baixos níveis de atividade física são fatores primordiais para obesidade, mas não é só isso”, fala.

As questões genéticas e alterações metabólicas também contribuem para a obesidade. Além disso, a idade é um fator para o ganho de peso, “principalmente em mulheres após a menopausa”.

A nutróloga Andrea Pereira explica que o acompanhamento para quem tem obesidade é multidisciplinar e é muito importante que “o paciente entenda que essa é uma doença crônica, não tendo cura, mas controle”.


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